01 Feb
01Feb

Por Bruno Ipaves

Se eu pedisse para você citar o nome de um cientista brasileiro, qual seria a sua resposta? Eu não ficaria surpreso se a resposta fosse “não sei”. Em 2019, a pesquisa "Percepção Pública da Ciência e Tecnologia" mostrou que 90% dos brasileiros não se lembra, ou não sabe dizer o nome, de um cientista nascido aqui.

Este resultado demonstra a importância da divulgação científica no Brasil. Pensando nisso, vou contar um pouco da história de um cientista brasileiro que alcançou relevância mundial.

Em 11 de julho de 1924 nascia em Curitiba um dos mais importantes cientistas brasileiros, o físico Cesare Mansueto Giulio Lattes, ou apenas César Lattes.

Filho de imigrantes judeus italianos, foi o responsável por uma das maiores descobertas da física no século 20: o méson pi, ou píon. Esta partícula subatômica já tinha sido prevista em 1935 pelo cientista japonês Hideki Yukawa, que recebeu o prêmio Nobel em 1949 por seu trabalho teórico.

Em 1947, Lattes viajou para Chacaltaya, na cordilheira dos Andes, para estudar em um local favorável as partículas de alta energia que compõem os raios cósmicos atmosféricos. Usando um tipo de placa fotográfica, ele detectou o méson pi e no mesmo ano publicou os resultados em um artigo na revista científica Nature.

O coautor do artigo, o físico Cecil Powell, recebeu o prêmio Nobel em 1950 por ter desenvolvido as placas fotográficas usadas por Lattes.

Sim, o Brasil chegou perto de receber um prêmio Nobel. E no entanto, na década de 1940 Lattes declarou: “Prefiro ajudar a construir a ciência no Brasil do que ganhar um Nobel”. Sem dúvida, sua contribuição para o crescimento da ciência no país foi extraordinária.

Lattes participou da fundação e foi diretor científico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Foi, ainda, pesquisador da USP, UNICAMP e UFRJ, além de integrante da comissão que instituiu, em 1951, o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq).

Entre os vários prêmios e homenagens que recebeu em vida e após sua morte, em 2005, está a Plataforma Lattes do CNPq, na qual são mantidos os currículos acadêmicos dos pesquisadores brasileiros.

Comentários
* O e-mail não será publicado no site.
ESTE SITE FOI CRIADO USANDO